and I got lost in my thoughts

quinta-feira, 29 de março de 2012

A ladra e o assaltado.




Escrever poesia em vão
Versos sem sentido.
A particularidade invadida e desapropriada.
Dividi o pouco que tinha.
E com muito bom grado.
Usou todos os recursos que me pertenciam
E nem sequer ouvi um obrigado.
Depois não me venha falar de trechos alegres
Levastes até isso de mim. Quero tudo de volta.
Sou egoísta e arrependido de minhas tolices compartilhadas.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Andar e não descansar.





Os meus pés estão exaustos
E cheios de calos.
Cansaço absoluto,
Só de pensar em continuar seguindo nessa estrada, fico triste.
Já fiz por demais, já vi e ouvi o suficiente,
Já tirei conclusões,
E já conheci muita gente.
Pessoas apressadas.
Peculiares, irritadas, alegres... Cada uma se revela com o tempo.
Umas ficam bastante,
Outras desaparecem rapidamente,
Contudo, sempre vão embora.
Umas vão em péssima, e outras em boa hora.
Pois em todo esse tempo de estrada, concluí que não existe 'pra sempre'.
Em toda essa caminhada, a única pessoa que esteve comigo a todo momento foi eu mesmo.

domingo, 18 de março de 2012

A misericórdia não está presente aqui





Ao entardecer as coisas mudam,
Vozes cansadas e deprimidas
Que me contam crueldades mundanas.
A morte em meio aos desejos.
Sadismo e punição.
Maus tratos que sinto na pele.
Uma dor assumida, uma veia que pulsa,
Tudo é tão frenético.
Vozes implacáveis, tão vitais quanto mortais.
Venero tais vozes. Dou atenção a elas.
O anseio pelo forte cheiro de sangue,
Uma poça vermelha,
Que por mais que pareça macabra, não pode se negar que é esplêndida.
É um vermelho bem vivo.
Um rio que esvai a vida.
Permito que eles me levem,
E torço para que eu nunca mais volte.

Ajuda na faxina.

Bateu na porta, de surpresa,
Chegou sem avisar.
Um daqueles acontecimentos inesperados
Que parece oferecer mudanças para a rotina,
E, supostamente, uma boa metamorfose.
Contudo a casa estava completamente bagunçada
Não tinha condição alguma de receber uma visita.
A sala empoeirada e cheia de objetos espalhados.
Eu tinha, sem querer, derramado um gole de memórias frustradas no sofá,
E nem tinha limpado ainda.
É, todavia abri a porta, e ela se convidou a arrumar a bagunça comigo.
A faxina pode ser demorada,
Contudo estamos organizando bem cada cômodo.

terça-feira, 6 de março de 2012

O sereno nostálgico.





Quase meia noite, o sereno noturno é formado inteiramente por saudade.
Sono que se aproxima, vontades que só crescem.
A expectativa me entristece...
Santa realidade que me enlouquece.
Manter-se acordado é suicídio, é sadomasoquismo.

Flor de Lótus





Policiar-me-ei
Levarei flores de Lótus
Contudo, nao me permitirei
Não será como nos velhos tempos.
Os tempos mudaram.
Ainda consigo ver seu rosto em minha mente
Mas a mente já nao pertence mais aos mesmos hábitos.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Tumba pequena





Devaneio e genialidade
Entre a timidez.
Num instante tudo muda,
Os momentos são intensos e efêmeros
O rock e a poesia.
O Rei Lagarto com uma aura xamã.
A sensualidade em alto e bom tom
És Orfeu, és Nietzsche, és Dionísio,
E por fim, é Fausto.
Místico.
Incompreendido... Choca a sociedade.
Causa medo, causa admiração, causa excitação.
Entendes a beleza da morte
Vê a morte como complemento da vida,
A vida só vale a pena se for vivida aceitando todos os riscos.
A sua deixa. Linda deixa.
Mergulhou no seu próprio mundo sombrio, e não parecia estar assustado.
Mas será que não soube a hora exata de emergir?
Só tenho certeza que você hoje se encontra próximo de Chopin
Planejastes isso? Planejastes mesmo como seria o seu suposto fim?
Nunca terei tais respostas.
Porém posso novamente sentir sua presença, ouvir sua voz e apreciar a sua forte energia.
Naquela tumba pequena, vigiada por milhares de felinos.
Os felinos guardam bem os portais, eles são ótimos guardiões.
Cercado de pinturas e rabiscos, rabiscos de coisas vivas.
Espero que aprecie o sangue lisérgico, Morrison.